Tráfico internacional de animais: micos-leões-dourados e araras-azuis são resgatados doentes e com fome

Tráfico internacional de animais: micos-leões-dourados e araras-azuis são resgatados doentes e com fome em embarcação clandestina

Tráfico internacional de animais: micos-leões-dourados e araras-azuis são resgatados doentes e com fome

Programa FANTÁSTICO de 10/03/2024
Clique aqui e assista a matéria original.

Matéria comentada – SOS FAUNA

A primeira coisa que nos chamou a atenção nesta matéria é quando, logo no início, quem narra a notícia relata que “os animais vieram parar no aeroporto de Guarulhos”, ou seja, na volta da viagem do Togo, país da África Ocidental, onde foram apreendidos, e observem o tipo de gaiola de transporte que utilizaram para este transporte, a dos micos. Foram – assista no vídeo original aos 2m15s – sete gaiolas básicas, estas, as mais simples que se encontra em qualquer petshop.

Oras, por que não teriam levado um transporte minimamente adequado para trazer estes pequenos primatas? As grades acabam por machucar, trazer desconforto.

Matéria fala em esforços para a conservação. E aí perguntamos, de quem?
Em inúmeras regiões do Brasil por onde circulamos, o tráfico de animais silvestres é ardente e explícito. Há centenas de feiras, principalmente no Nordeste, onde o crime tem data, local e horário para acontecer, e ninguém faz nada! E o que acontece de forma oculta, velada, ainda é pior, porém não há linha de raciocínio que lute contra isso, ou se há, existe a conivência.

Não devemos, contudo, deixar de elogiar a atitude adotada na forma de transporte de alguns animais, em caixas de madeiras preparadas para tal – ou não, mas não importa – são boas porque mantém o animal aquecido, diminui o campo de visão para a área externa, reduz a luminosidade e também abafa parte de ruídos externos, proporcionando diminuição do estresse.

O centro do Ministério da Agricultura no litoral paulista tem aquela aparência de ambiente hospitalar, com tudo branco, luzes e estranhamente ainda se tem o hábito de colocar araras – principalmente as araras são as mais atingidas – em gaiolas de metal que não permitem que a ave dê um giro de 360 graus sem roçar suas penas nas grades e com isso danificá-las, e no caso das araras as penas da cauda são as mais prejudicadas.

As falas referentes ao tráfico internacional de animais caem sobre o Brasil como algo que retornou, que não havia mais notícia desta atividade criminosa.
No entanto falta percepção a muitos, de uma coisa que corriqueiramente aparece nas redes sociais e está se tornando cada vez mais comum, que é a exibição em vários países da Europa e nos Estados Unidos – e que todos acham muito bonitinho – de araras e papagaios brasileiros como seus PETs.

Oras, de onde saíram todos estes animais lá de fora? De criadores autorizados aqui no Brasil? De pessoas que reproduzem estas aves no exterior? Fica aqui a incerteza.

Agora, não foi explicado por que os micos que vieram do Suriname têm poucas chances de voltar à natureza e mais assustador ainda é o desaparecimento de 24 araras-azuis-de-lear. Tudo é muito enevoado. Há de se buscar o que de fato ocorreu.

No Brasil infelizmente ainda não vemos uma prática de aplicação de inteligência na repressão ao tráfico de animais silvestres que alcance resultados necessários.

Em entrevista, Humberto Freire de Barros – Delegado da Polícia Federal – e o próprio repórter, expõem sobre os problemas da legislação brasileira em ocorrências envolvendo grandes apreensões, mas o que após 26 anos da promulgação da Lei dos Crimes Ambientais fica, para nós, a incógnita do motivo pelo qual a legislação, em seus artigos 29 e 32, é aplicada de forma parcial na grande maioria dos casos. Sendo que depois o Ministério Público e Poder Judiciário “dão amém”.

Na matéria vimos que não havia nenhum tipo de preocupação em não humanizar as araras vermelhas que no criadouro nasceram, já que o veterinário relata que elas voltarão à natureza.

Mas uma das coisas que mais nos chamou a atenção – afinal não faz sentido – nesta reportagem é o fato de que estes animais, que têm PRATICAMENTE 100% de sua área de ocorrência no Cerrado e na Amazônia, serão, aparentemente, soltos no sul do país (???).

Será?